Cometas gigantes Centauros podem representar um grande risco para a Terra
Cometas gigantes que se originam nas redondezas dos planetas gigantes gasosos do Sistema Solar representam uma ameaça de colisão com a Terra maior do que os asteroides, que se originam mais perto do Sol, segundo novo estudo, publicado na revista Astronomy & Geophysics da Royal Astronomical Society. Nos últimos 20 anos, os cientistas descobriram centenas de cometas gigantes (conhecidos como Centauros), perto de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. As descobertas são reveladoras.
No momento, nenhum cometa do grupo Centauro representa uma ameaça imediata para a Terra, mas a descoberta dessa população maciça levou um grupo de astrônomos a reavaliar a ameaça desses grandes corpos. Estimativas sugerem que pelo menos um desses cometas gigantes cruzam a órbita da Terra a cada 40.000 ou 100.000 anos, sendo espedaçado e dividido em várias partes que podem vir a colidir com a Terra. Essas colisões podem ser responsáveis por desastres ambientais no passado da Terra, e podem inclusive estar associadas com a extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos.
A lua de Saturno, Phoebe, pode ser um cometa gigante do grupo Centauro, que foi capturado pela gravidade de Saturno, em algum momento, segundo cientistas. Créditos: Cassini/NASA |
"Nosso trabalho sugere que precisamos olhar além da nossa vizinhança imediata, e olhar para fora, além da órbita de Júpiter para encontrarmos os Centauros", disse Napier. "Se estivermos certos, então esses cometas distantes poderiam ser um perigo grave, e é hora de aceitarmos e entendermos o risco."
"Perturbações graves" conhecidas no ambiente terrestre e a história da evolução de civilizações antigas sugerem que um cometa Centauro deve ter se encontrado com o nosso planeta há cerca de 30.000 anos atrás. Estes cometa Centauro teria lançado um aglomerado de detritos que atingiram a Terra. Esses detritos teriam tamanhos desde grãos de areia a alguns quilômetros de diâmetro. Os pesquisadores apontam para a existência de muitas crateras pequenas em rochas trazidas da Lua pelos astronautas das missões Apollo. Como a Lua não tem atividade geológica, e nem atmosfera, suas crateras ficam muito bem preservadas em sua superfície, e sua história antiga (de colisões, por exemplo) pode ser estudada mesmo após milênios.
As pequenas crateras encontradas em rochas lunares datas de aproximadamente 30.000 anos atrás, sugerindo que um grande cometa pode ter atingido a Terra e Lua nessa época. Outras perturbações ambientais aqui na Terra, que datam de 10.000 a.C e 2.300 a.C, sugerem que cometas Centauros poderiam ter sido os responsáveis por várias mudanças em nosso planeta, durante diferentes períodos de tempo.
Fonte: Galeria do Meteorito
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